quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Balão Vermelho


O balão foge de mim, foge do encontro das minhas mãos abertas a esperá-lo, é carregado pelo vento pra tão longe quanto puder. Sua fita amarela desbotada faz me lembrar de uma carta que recebi de alguém querido há algum tempo e sua cor vermelha lembra-me do batom que usava aquela noite. Noite aquela que nunca existiu, mas que posso lembrar-me bem, lembro até mesmo do cheiro do perfume dele. Lembro tão bem que sinto sua pele roçar na minha enquanto segura minhas mãos. Vermelho. Cor do sangue que corre pelo meu corpo. Cor do sentimento pulsante dentro de mim. O sentimento que grita por liberdade. Venha até mim balão vermelho e ponha pra fora tanto sentimento guardado há tanto tempo. Venha e faça valer. Venha.

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