sábado, 8 de dezembro de 2018

Amadurecer e resgatar essências


A cada ano que vai passando eu vejo o quanto eu perdi algumas coisas da minha essência e escrever é uma delas. Escrever faz parte da minha essência, é o modo que o meu corpo acha de extravasar sentimentos, de gritar medos, de expressar raiva, de chorar tristeza e até mesmo de rir alegria. As coisas só voltam pro lugar quando a gente entende elas. A gente se permite olhar para si mesmo e para os outros com olhos de delicadeza, de pureza, de simplesmente essência. Não necessariamente uma essência infantil, mas um propósito de alma, que vem com a gente pra esse mundo e a gente vai deixando esquecer pelo caminho. É, tem tantas coisas mais importantes pelo caminho, né? Tantas vivências, tantos aprendizados, mas será mesmo que não há 30 minutos para ouvir uma boa música e transcrever sentimentos? De puxar pela raiz aqueles sentimentos que não podem sair pela boca e acabam morrendo na garganta? A escrita me possibilita a extinção das ervas daninhas! Quero voltar a ter o coração limpo de amarguras, de pequenos desgostos que juntos, de pouquinho em pouquinho, viram avalanche, mediante qualquer mínima coisa que transborde o copo. É choro, é grito, é raiva contida. Não é apenas uma coisa ou outra, são todas, aquelas que guardei pra mim e esqueci de soltar o balão ao vento. Deixei cair pelo caminho tantas coisas, mas ainda é tempo de refazer o caminho, recolhendo tudo aquilo que tanto bem me fazia. 

"...Há muito tempo que ando nas ruas de um porto não muito alegre e que, no entanto, me traz encantos e um pôr de sol me traduz em versos de seguir livre muitos caminhos, arando terras, provando vinhos, de ter ideias de liberdade, de ver amor em todas idades...."