sábado, 27 de outubro de 2012

Meu amor

Engraçado acordar de repente e ver que tu ainda está me observando enquanto eu durmo. Já se passaram quase dois anos e nenhum dos medos que eu tinha aconteceu de verdade. Tu me surpreendeste de tal forma que não pude acreditar, conheci outro tu que nunca tinhas me mostrado antes. Um tu muito eu. Me mostraste que viver não é sempre ter o que quero na hora que desejo, me mostraste que posso ser feliz mesmo com coisas simples. Me mostraste que é importante rir da vida e que, às vezes, é legal deixar que ela ria um pouco da gente, só pra quebrar a rotina.
Tão estranho pensar que nunca achei que encontraria um amor de verdade, por quem meu coração desse pulos ao pensar e que isso não passasse junto com o tempo. É muito bom aprender coisas novas contigo o tempo inteiro, me divertir cada dia mais com as tuas piadas e teu jeito assim tão despreocupado com tudo, mas ao mesmo tempo tão sensato e com tudo planejado pra dar certo. Estou aprendendo contigo a ser paciente. A acreditar nos meus sonhos e saber esperar o tempo certo para que eles aconteçam (sem desistir pelo caminho, mesmo que leve muito tempo). São tantas cousas que tu me ensinaste que às vezes nem lembro da menina insegura e fútil que eu fui um dia.
Às vezes lembro de como eu ficava encabulada do teu lado e como a gente foi criando intimidade com o tempo. Um simples abraço era um evento e acabava sempre com um dos dois encabulados. Talvez eu já tivesse sinais desse amor muito antes que tu possa imaginar. Mas digo que o teu moletom vermelho teve muita influência na nossa história, e hoje ele é meu, eu só te empresto por uns tempos...
Amor, tenho tanta coisa pra te dizer que às vezes fico emocionada de lembrar, mas o mais importante é que eu tenho que agradecer todos os dias à Deus por ter te feito assim, tão perfeito pra mim. Eu te amo muito! E muito obrigada pir existir na minha vida!

sábado, 22 de setembro de 2012

Ninguém nunca vai conseguir entender o porquê de eu sentir tudo isso. Alguns podem até pensar que eu sou ignorante, metida, sabe-tudo. E sinceramente só o que eu sei é o que me dói. Dói eu ter que me lembrar a cada minuto de que eu devo me amar. Dói eu ver as pessoas na minha volta achando que eu sou forte e eu não poder mostrar quem eu sou. Dói querer ser outra pessoa que eu não sou. Dói querer fazer coisas que eu não posso ou simplesmente não consigo. Dói ver que a minha única vontade da vida é não viver.
Dói ver que tem gente que tem mais problemas que eu e eu consigo sofrer mais que elas. Dói viver. Dói querer coisas que pra mim seriam tão simples, mas pra outras pessoas é um sacrifício. Dói quando me magoam mesmo sem querer. A vida toda dói. E dói mais ainda querer morrer.
Dói não ter forças pra viver ou ao menos levantar da cama. Dói cada vez que me olho no espelho. Dói tentar ficar bonita e saber que nunca vou conseguir. Dói e muito ver que eu tento fazer os outros se machucarem pra que eu me sinta melhor. Dói ver todo mundo feliz e eu por dentro doendo. Dói ter que sorrir todos os dias querendo chorar.
Dói ter tudo e me sentir vazia. Dói ter todo mundo e não ter ninguém. Dói ter o mundo e não ter a mim mesma.

sábado, 15 de setembro de 2012

A todos que me decepcionaram

Hoje, após uma grande faxina no meu e-mail e após algumas mudanças me peguei pensando... Quantas pessoas já passaram por minha vida e me decepcionaram? MUITAS. Algumas me pegaram de surpresa, outras eu já esperava. A essas pessoas que me pegaram de surpresa: muito obrigada. A vocês eu devo toda a gratidão por me ensinarem a desconfiar de tudo e de todos. A vocês eu devo a experiência em não me ferir a cada vez que me deparo com um novo tipo de decepção. 
Um muito obrigada a vocês todos que me ensinaram que não devo confiar em qualquer um que se diz meu amigo. Chorei muito por causa de vocês e não me envergonho em dizer que vocês me machucaram muito, mas hoje eu tenho apenas a agradecer. Na vida muitas pessoas como vocês ainda irão passar, posso me decepcionar muito ainda, mas vocês me ensinaram que não é preciso sofrer por quem não merece a gente.
E é só por causa de vocês que aquele outro tipo de pessoas que me decepcionaram não me surpreenderam. Posso ter um milhão de amigos, mas, por causa de vocês, hoje eu sei muito bem escolher aqueles amigos que me fazem bem e com os quais eu posso dividir a minha vida.
Obrigada do fundo do coração por serem tão vocês, assim mesmo, idiotas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O tempo passa e tenho me perguntado: não é o bastante? Não sou o bastante? E tantas outras que te cruzaram o caminho de maneiras mais tortas impossível, será que tu não percebes o quanto eu me encaixo?
Me encaixo tão bem no teu abraço, me encaixo no teu beijo, me encaixo no teu canto. Me moldo pelos teus olhares, pelos teus descontentamentos. Me caibo dentro dos teus desejos. E ao te mostrar o quanto te mereço é que não queres me admitir. Tens medo de quê? Pois te digo: meu medo é de te perder depois de tanto me perderes.
É o que penso: me perdes por vozes alteradas, por medos sem fundamento, por provas que não te devo. Será mesmo que o tempo deve nos provar algo ou nós que devemos provar ao tempo? Às vezes me sinto pequena diante de tanta desconfiança, tanto mistério. Me vejo tão tua, me vejo teu futuro. E juro, por Deus, que não me vejo teu passado. Nem ao menos quando não o fui. Não me lembro mais o que era da vida sem  o "nós".
O destino tem nos provado tantas coisas que até acho estranho tu não perceber. Será mesmo que tanta coincidência só assim mesmo deve ser chamada? Te encontrei e foi pra ser feliz. Chegou meu momento na vida, depois de tanto desgosto. Sei que também não te escapas de amarguras da vida. Mas acabou. Findou-se o teu poder de temer. É tempo de amar e de ser feliz, por completo. O que não entendo é por que ainda não percebeste...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Love

As lágrimas ainda corriam dos olhos dela quando ele disse:
- As tuas mordidas
Ela, confusa, perguntou:
- O quê?
- É o que eu sinto falta, tu perguntou.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Todo carnaval tem seu fim

Um dia a gente cansa, até do que não deveria cansar. É assim, de pouco em pouco o coração se enche de mágoas e os olhos cansam de tentar segurar as lágrimas. Cansei de tentar me acostumar com o que eu sei que nunca vou conseguir. Cansei de lutar contra a maré e tentar consertar tudo com algo que nem sempre preenche buracos. É como se todos os dias eu tentasse apanhar água num escorredor de legumes. Escorre por entre os furos, escorre pelos olhos. 
E mesmo que o coração esquente quando perto, quando longe ele esfria. E dói. E é difícil se fazer entender. É difícil pra quem esquece de abrir os ouvidos e o coração, se abrir de corpo e alma pra algo que poderia fazer tudo melhorar. Talvez a água não fure a pedra dura de tanto insistir...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pode ser?

  Ok, eu admito, não estava pensando sobre calorias, pontos e refrigerantes. Pensava sobre o quão romântica eu sou e sei lá, como eu admiro o que pra mim são pequenas e essenciais demonstrações de amor, mas que tu acha serem fúteis e tal. E tipo, o que tu considera declarações eu acho que são apenas coisas normais, que todo apaixonado faz. Afinal, quem nunca deu uma corridinha pra ver o namorado quando tá sem tempo? Só que sei lá, eu viraria a cidade toda pra achar a fita perfeita pra por no pescoço daquele pinguim engraçadinho e cheio de significado que eu comprei pra ti e cara, tu não pode nem correr numa floricultura e comprar nem que seja UMA rosa? 
  Me cortou o coração ver uma mulher com um cachorro com um laço no pescoço no colo, um cara com uma caixa enfeitada e uma rosa na mão, uma mulher com um buquê de flores, um senhor com uma sacola de uma loja de presentes e tantas outras pessoas felizes com seus namorados em restaurantes, bares e até mesmo na rua de mãos dadas. E eu ali, numa lancheria, esperando o lanche e esperando que tu não dormisse. Dizendo pra mim mesma que estava e ia ficar tudo bem. Mas não. Só não.
  Ok, foram oportunidades que tu não podia recusar e, pena, foi tudo ao mesmo tempo. Tentei lembrar disso tudo o dia inteiro, mas cara, não dá! Tu mesmo disse que poderia esperar. Precisava ser justo hoje? Eu sei de todas as dificuldades e que nem estávamos "namorando" e tal, mas tu sabe como eu sou sensível nessas datas e eu já te disse isso umas mil vezes. Talvez fosse legal se tu lembrasse disso de vez em quando.
  E eu fui lá, tentei ser feliz, ocupei meu tempo me arrumando pra ti e saindo pra me distrair enquanto tu não podia vir e tu chega naquele estado, quase que inconsciente. Acaba minha noite contigo dormindo que nem uma pedra na minha cama enquanto eu olho filmes românticos. Sozinha. Sei lá, depois disso a noite já não fez mais sentido pra mim. Foi um dia normal, um pouco pior eu diria. E sei lá, custa ligar um pouquinho pro meu romantismo? Eu juro que não dói e que vai me fazer mais feliz. Pode ser?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Por onde andaste?

Como disse, ainda não aprendi a ser feliz, não sei mesmo. Ou talvez tenha algo atrapalhando esse aprendizado. Será que é pedir muito passar um tempinho contigo? E será que é pedir muito pra tu parar de desmarcar nossos encontros, assim, em cima da hora? Passei o dia chorosa depois daquela ligação, mas as lágrimas só foram cair agora quando ouvi exatamente o que eu queria ouvir, mas não veio da tua boca, de forma alguma. Nando Reis falou por ti algo que tu nunca vai dizer. Será que é pedir demais ser amada? Será que é pedir demais receber uma surpresa de vez em quando? Será que é pedir demais ser valorizada? Acho que pra ti tudo isso é demais. Quem sabe tu cuida um pouquinho mais de algo que tu diz gostar tanto?
Depois daquilo tudo ainda sou boba de esperar que tu me ligue em seguida. É, sou boba e é tu que faz eu ser assim. Minhas expectativas (mesmo aquelas bem pequenas) tu frustra. Sou a pessoa mais frustrada do mundo por achar que poderia esperar de ti coisas que nunca esperei de ninguém e sou tão frustrada por achar que ia ser tu a pessoa que ia me ensinar o que é amar e ser amado de verdade. Até parece que me enganei. Parece mesmo. Vivo enganada. Vivo frustrada. Vivo triste por viver contigo de um jeito que não quero. Me sinto usada. E o pior é que é verdade.

Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?

Sobre clichês, tudo passa e desabafos...

Há males que vem para o bem. Sempre ouvi da minha mãe essa frase, mas nunca entendi o seu real significado. Estamos em greve, sem uma aula sequer, poderia ser ruim, mas pra mim está sendo ótimo. Tenho descansado mais, aproveitado mais e me sentido menos culpada por VIVER e FAZER o que eu quero.
Emagreci 4kg em duas semanas e continuo firme e forte nesse caminho. Aliás, um pouco mais forte: comecei a fazer jump, talvez agora os quilos sumam mais rápido! Meu olho curou, minha pele está melhorando, comecei novo tratamento pra sumir com as manchas das espinhas, recebi a dieta da nutricionista e corri atrás do prejuízo do quarto.
Sempre achei besteira o que a minha tia fazia todos os anos: recortar sonhos em revistas e colar na agenda, mas não custava nada tentar, não é? Pois digo que conquistei ao menos metade dos meus "sonhos" colados na agenda e ainda estamos em maio! Nem chegamos ao fim do ano e as minhas metas estão se realizando! Talvez traçar metas firmes e fortes seja metade do caminho para conquistá-las. Quem sabe?
Posso dizer que me sinto livre daqueles malditos remédios que só me faziam mal (e faziam eu me sentir uma coitada, também). Aprendi que devo lutar pelos meus objetivos e que só eu mesma posso me fazer feliz. Não posso depender de ninguém para viver, nunca se sabe o que vai acontecer no segundo seguinte. A vida é uma caixinha de surpresas. Não posso depender de "bengalas" a vida toda, sou saudável, sou jovem, tenho que aprender a me virar. Tenho que aprender a lidar com os imprevistos da vida.
Tenho me mantido ocupada, pra não dizer que não sofro mais sozinha, mas sinceramente? Mesmo quando estou sozinha estou feliz, tudo tem se encaminhado. Tudo está voltando aos eixos! Percebi tantas coisas nesse meio tempo que nem sei se sou capaz de explicitá-las, mas me sinto feliz.
É interessante pra mim momentos como esse para que eu possa perceber quem vai estar do meu lado em qualquer situação e com quem eu posso contar quando precisar. Foi triste perceber que algumas pessoas (que eu chamava de amigos) só me procuraram por curiosidade, queriam saber o que tinha acontecido e não importa se eu estava ou estou feliz, o que importa é saber o que aconteceu. 
Outras pessoas apenas resolveram fofocar e mesmo que se mantivessem disponíveis para que eu desabafasse, eu não me sentiria segura depois de ter tudo o que eu disse exposto para quem eu não queria que soubesse. Pensei até em falar alguma coisa, mas acho que não valeria a pena.
Mas, em outra mão, descobri que tenho amigas maravilhosas com quem posso contar pra sempre (mesmo que nos tenha sido apontado o contrário no passado) e isso é o que importa. Elas sim fazem parte dessa felicidade que eu to sentindo e também do aperto no peito ao lembrar que vou passar a semana inteira longe delas (ou mais alguns meses ou anos, em relação àquela loira de Beeennnto). 
Se eu sei ser feliz? Não, ainda tenho MUITO o que aprender, mas estou tentando conviver com os meus problemas, deixar que a vida cuide deles e fazer o que achar melhor (e o que fizer eu me sentir melhor). 
Posso não ser a pessoa mais linda do mundo, mas tenho me sentido melhor, minha auto-estima cresceu bastante e, além disso (o que é o melhor de tudo), me sinto amada. Pela primeira vez esse ano eu sorrio com gosto e com vontade, mesmo sozinha no quarto olhando pra tela do computador.
Agora sei que não posso desistir frente a uma pedrinha no meu caminho, pois já pulei um muro cheio delas largando os remédios por conta própria. Qualquer outro problema que venha se meter pelo meu caminho que se prepare, pois juntei todas as minhas forças e agora eu sei (e tenho certeza) que o que eu mais quero é viver e aproveitar o que a vida pode trazer de bom pra mim.
Um BIG obrigada a todo mundo que me ajudou nessa trajetória difícil! 


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Já pensei em te largar, já olhei tantas vezes pro lado, mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos

E mais uma vez me pego pensando em nós dois, assim, no meio da tarde, em meio a tantos pensamentos, tantas decisões que tenho que tomar e tu surge, de repente, como fantasma em filme de terror. Sabe, esse tipo de pensamento tem me assustado, porque não é mais aquele pensamento normal que sempre tive sobre ti, não mesmo. Tenho pensado que não somos mais os mesmos, ou talvez tu não sejas mais o mesmo. Tenho medo de me arrepender de não ligar pra esses pensamentos, mas também tenho medo de ligar pra eles, estranho sei. Mas como tu disse que estava confuso, talvez eu também esteja. Não era pra ter saído aquela palavra "namorada" da minha boca ontem, eu sei, eu tava errada. Nós não somos mais o que éramos e, juro, talvez aquilo nunca mais volte. A aliança continua guardada ali (em um porta jóias que já significou muito pra mim, mas que nunca mais pensei em abrir) e será que ela vai voltar pro meu dedo? Já comprei outro anel pra tapar o buraco que ficou no meu dedo, devo comprar também um esparadrapo pro meu coração? 
Ontem olhei pra ti e percebi que poucos foram os momentos em que teus olhos encontraram com os meus, até tu te assustar e dizer que eu deveria parar de fumar. Eu diria que eu deveria começar a fumar pra poder te entender de novo. Tu tens procurado em mim coisas que nunca percebeu antes pra ver se te apaixonas um pouquinho mais e continua vivendo essa "coisa". E por que isso? Por que tu resolveu mudar algo que era tão bonito? E se eu disser que não me sinto mais segura no teu colo? Tu iria te assustar? E se eu disser que me sinto em um campo minado? Piso quadradinho por quadradinho na ponta do pé pra ver se não explode. Às vezes até é legal quando explode e eu consigo ver a raiva que tu tá sentindo e não quer demonstrar. Quem sabe tu não acorda pra vida antes que a vida te acorde? 
Queria muito um amor de cinema, um amor pra viver a vida toda sem me arrepender, um amor pra queimar o coração, mas não era isso que eu esperava. Meu coração não está mais feliz assim, meus pensamentos sobre vida a dois mudaram completamente e talvez eu nem queira mais casar, já viu? Quero viver um amor diferente desse e de todos os outros. Quero aproveitar um pouco a vida com mais sorrisos no rosto e menos preocupação, mas tenho medo de te deixar no meio do caminho, assim do jeito que tu está. Ou isto ou aquilo, diria Cecília Meireles, eu digo que não sei.

"Agora o que vamos fazer? Eu também não sei! Afinal, será que amar é mesmo tudo?"
Jota Quest

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Apostando em nós

Então, cai a tarde e aquele velho sentimento de vazio volta. Já disse que essa hora sempre me deixou deprimida? Aquela hora em que não é mais tarde, mas ainda não é noite. Procuro algo pra fazer e me pego pensando em te convidar pro cinema, poxa, ainda não consigo lembrar que tu (quase) não é mais meu. E aí bate aquela angústia: e se ainda fosse? e se não fosse mais? Tu sabe que dói, não preciso esconder isso de ti, tu me conhece, como tu diz, melhor do que eu mesma. Mas o que mais dói é pensar que tu pode não estar tendo as mesmas dúvidas que eu, que tu pode não estar me lembrando de vez em quando e, pelo contrário, me esquecendo aos poucos.
Aí, no meio de tantos pensamentos, escuto um barulho mais forte de carro, meu estômago se revira, as borboletas ficam sem saber pra onde ir, o coração dispara e, mais uma vez não era tu, como posso ser tão inocente e tão ridícula ao pensar que tu virias? Como posso ser tão ingênua? Se tu me conhece porque tu mesmo não me diz? É que talvez eu espere demais o que tu não pode me dar, ou não quer, tanto faz.
Espero sempre um fim de tarde com cara de cinema, o barulho do teu carro e o sorriso que eu te dava ao te ver da sacada, mas juro que não ia te jogar a chave, não sou mais Maria, mas a vida continua bela. Desceria correndo aquelas escadas, quase caindo de cara no chão, como tantas vezes.
E ao abrir a porta, te veria ali, moletom vermelho, calça preta com listras brancas, aquele teu velho uniforme que é como eu sempre te lembro. Tu me abriria outro sorriso daqueles e eu ia poder te abraçar como eu sempre fazia, querendo te roubar do mundo. Sentiria teu cheiro de sempre ou quem sabe o cheiro do perfume novo que eu te dei e tu nunca usou? E aí tu me pegaria no colo, como no início do namoro, e diria que me ama.  Me sentiria eu novamente, pelo menos mais uma vez na vida.
Porque pode parecer o que tu quiser que pareça, mas eu me encontrei em ti, não sei se tu consegue entender. Tu sempre foste muito eu, tu sempre foste quem eu sempre quis e talvez tenha sido tarde demais quando eu olhei pro lado e te segurei, te afastei do mundo naquela festa. Ai que saudades que sinto do teu abraço, que saudades que sinto dos teus beijos, que saudades que sinto de mim...
É que a gente só percebe o quanto era feliz quando a felicidade acaba (ou dá um tempo) e, mesmo eu já sabendo que eu era muito feliz, agora eu vejo que eu não tinha ideia do tamanho da felicidade que eu sentia só de te ter do meu lado, mesmo que dormindo, cansado. A felicidade que eu tinha em olhar pra minha mão e ver teu nome gravado naquela aliança, a aliança que tá muito bem guardada esperando tu voltar...
E é aí que eu lembro de tuas palavras me dizendo pra não criar expectativas, mas que talvez quando tu voltasse aquela aliança tivesse uma nova data. E eu to deixando o tempo passar, te dando o espaço que tu precisa pra repensar (nossa) tua vida. Era pra eu estar me organizando também, vivendo a minha vida e cuidando de mim, pois é, eu to, na medida do possível. Porque também quero que alguém cuide de mim e esse alguém tu sabe muito bem quem é.
Ainda espero que um dia tu perceba o quão feliz nós sempre fomos e o quão feliz poderíamos ser daqui pra frente... É engraçado falar isso, mas eu quero muito te ajudar a passar por tudo isso, tentar te fazer mais forte. Eu já comprei essa briga, será que tu vai me entregar o produto??

Meu amor se mudou pra lua

O dia me sorria com seu sorriso mais brilhante, me recebeu na rua com um céu azul sem nuvens e um sol tímido saindo aos pouquinhos. Mas tudo pra mim continuava cinza, já disse que amo dias azuis de frio? São meus dias preferidos, mas esse nem de longe me agradava. Até que uma hora resolvi parar e cuidar de mim, Deus enviou um sorriso, mas daqueles bem grandes pra alegrar o meu dia e sabe que funcionou? Talvez tenha sido uma confirmação de que eu devo viver a minha vida sozinha, sem esperar por ninguém e cuidar de mim mesma antes de tudo. É, se eu contasse ninguém iria acreditar, mas o dia sorriu pra mim, com todas as suas ferramentas.

"Na imensidão da manhã, meu amor se mudou pra lua , eu quis te ter como sou, mas nem por isso ser sua... Vou adiante como posso, liberdade é do que gosto, o dia nasceu azul à sua forma. Já não quero mais ser posse, fosse simples como fosse, podia partir sem ganchos nem correntes... Façamos um brinde, façamos um brinde à noite que já vai chegar, façamos um brinde, façamos um brinde ao vento que veio dançar..."
Paula Toller 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lídia

Ele fechou a porta e eu soube aí que era a deixa pra que eu pudesse me enfiar de volta em meio às cobertas, abraçar o travesseiro e chorar todas as lágrimas que houvessem dentro de mim. Ouvi o barulho do portão bater e não tive coragem de ver ele partir. Não tive coragem de ver a cena que eu temia ver há tanto tempo. Levantei a cabeça do travesseiro e vi a aliança ali, sozinha, brilhando tanto com a luz que entrava pela janela... Não pude cumprir minha promessa. Não posso deixar de sofrer por algo que lutei tanto. Lutei tanto pra tê-lo, pra fazê-lo o homem mais feliz que poderia existir e não fui capaz. Também sei que tenho meus defeitos, isso é óbvio, quem não os tem? Mas a partir do momento em que o vi sofrer pelos meus defeitos, os tentei superar. E não consegui. Choro sim, e não tenho vergonha alguma de admitir. Choro porque um buraco se abriu no meu peito ao ouvir a resposta afirmativa pra minha pergunta. Choro porque quero. E não é que eu precise dele, mas ele me faz feliz. E quando a gente gosta de alguém, quando alguém nos faz feliz, nós gostamos de ter a pessoa por perto, não é verdade? Pelo menos comigo é assim...
E agora estou aqui, tranquila, sabendo que fiz a minha parte e esperando, rezando para que dê tudo certo, pra que Deus mostre os caminhos certos para quem quiser ver... As palavras que foram ditas não saem da minha cabeça e a dor vai ser difícil de tirar do coração, mas a esperança é a última que morre. E sabe, o rio corre, o tempo passa e não estamos de mãos enlaçadas. É o que o meu poema preferido nessa vida diz. A vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa. A vida é muito curta para que a gente sofra por problemas que nem temos ainda. Queria mais era viver sem pensar no amanhã e ser feliz pensando no hoje, no agora.
Passaram-se alguns dias sem que eu tocasse naquelas caixas de remédio que no fundo no fundo nunca me fizeram tão bem quanto ele me fez. Elas vão (algum dia, quando eu tiver certeza) pro lixo, mas ele vai (não importa o que aconteça) continuar comigo pra sempre, no meu coração.

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. 
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos 
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. 
(Enlacemos as mãos.) 

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida 
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, 
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, 
Mais longe que os deuses. 

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. 
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio. 
Mais vale saber passar silenciosamente 
E sem desassosegos grandes. 

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, 
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, 
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, 
E sempre iria ter ao mar. 

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos, 
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias, 
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro 
Ouvindo correr o rio e vendo-o. 

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as 
No colo, e que o seu perfume suavize o momento - 
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada, 
Pagãos inocentes da decadência. 

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois 
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, 
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos 
Nem fomos mais do que crianças. 

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio, 
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. 
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio, 
Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis

terça-feira, 20 de março de 2012

In the arms of the angel...

Vestido rodado, pés descalços. Era aquilo o que ele via naquele momento, ela em sua frente, como ele sempre quis. Seus olhos verdes contrastavam com a pele alva e lhe traziam a calmaria que tanto procurava. Dentro deles ele encontrava seu passado, seus sonhos, seus desejos mais profundos, mas de uma forma inconsciente. Aquele sentimento que ele tinha ao vê-la, todo aquele frisson era causado por memórias um tanto quanto profundas, que por tal motivo não se faziam claras em sua mente ao voltarem à tona. Estranho sentir algo que alguns dizem ser o tal déjà vu. 
Um simples encontro de almas que se completaram tantas vezes antes e agora não tinham ligação alguma. Não conscientemente. Aqueles dois corações há algum tempo já pertenceram um ao outro e seu fim foi sem um ponto final. As reticências ficaram no ar até aquele momento, momento em que os olhos se reencontram e o sorriso confirma a desconfiança. A estranheza de conhecer alguém que nunca viu n(est)a vida, de sentir-se à vontade na presença de um desconhecido. 
Como poderia sentir-se atraído daquela forma por alguém que nunca vira antes? Ligações inexplicáveis se conectavam enquanto pensamentos insanos ocorriam na mente daquelas duas almas. Como se eu devesse protegê-la de qualquer forma. Como se eu fosse perder minha própria vida ao perdê-la de vista! Nunca fui de acreditar no imaterial, no etéreo, mas quando tais coisas acontecem com a gente, não há como desacreditar. E talvez o etéreo não seja tão impalpável assim, talvez seja tão concreto como meu corpo, como o dela. O corpo que se desfez em minha frente como nuvem de fumaça, assim como o sorriso marcante que levava no rosto. 
Estranho mesmo era pensar que aquilo poderia mesmo ter sido sonho e que realmente eu poderia estar inebriado por tantos problemas que passava no momento, mas para tudo há uma explicação, não é? Ou pelo menos deveria ser assim. A partir do momento em que não pude mais explicar o que sentia, acabei por desacreditar em todos os meus antigos conceitos. Tudo caiu por terra ao perceber que meus olhos haviam me permitido observar a presença de um anjo na Terra. 
Por muito tempo aqueles olhos, aquele sorriso e mesmo aquele vestido povoaram minha mente de forma praticamente exclusiva, porém era a única mente consciente da existência de tal visão. Eu sabia que seria difícil convencer a todos de que eu havia presenciado um milagre. E o pior: de que eu estava perdidamente apaixonado por ele. Ao fechar os olhos e esforçar-me um pouco pude sentir o cheiro de flores do campo que também se faziam presentes no momento da visão.
Não sei exatamente se foi o perfume das flores, se foi o meu desejo de reviver aquela sensação maravilhosa ou então a minha coragem de procurar por aqueles olhos verdes que me perseguiram pelo resto da minha vida. O fato é que meu último suspiro terminou com um sorriso, pois ao acordar para a (nova) vida, tive a confirmação de que ela me esperava. Pude finalmente tê-la em meus braços e descansar deitado ao seu lado naquele campo de flores amarelas.

...maybe you find some comfort here...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Parede desilusão

E então foi assim, a bonequinha de corda bateu de cara na parede, mas dessa vez foi diferente, contam os presentes que ela se virou sozinha e continuou caminhando pela sala, como se nada tivesse acontecido. Pensaram que se estatelaria ao chão e que não se levantaria enquanto não viessem ajudá-la, mas para a surpresa deles, ela não se abalou. Talvez já estivesse calejada de tanto encarar aquela parede de forma tão bruta e tivesse aprendido a levantar sozinha. É, talvez tenha sido isso. O fato é que ela não se abalou, talvez já estivesse, no fundo, esperando que hora ou outra isso acontecesse. E digo mais: a parede já tem a forma da face da bonequinha e ela não se assusta mais ao encará-la. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

só isso mesmo

Hoje descobri que a música da minha vida é do ultraje a rigor e ela se chama ciúmes

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

amor

Ele foi descendo as escadas com sua maior cara de pau, tentando fingir desapontamento, mas ela sabia que era mentira, ela sentia que tinha dado tudo certo, aquelas borboletas no estômago não poderiam estar enganando a ela. A sensação de desmaio passou ao poder abraçá-lo e as primeiras lágrimas surgiram ao pensar que estava tudo confirmado, em seis anos ele estará formado! Médico! Ele que passou dias e noites estudando e deixando de ficar com ela para isso, ele que sonhou por tanto tempo ter aquele papel em mãos. E agora tem. E tem também o orgulho dela, que mal podia se conter de tão feliz. A felicidade transbordou pelos olhos e encheu o coração de calor. Ela deveria se perguntar se aquilo era certo, estar mais feliz por ele do que por si mesma, mas no fundo ela sabia que era, ele fazia parte dela, não deixava de ser ela.

Mas o que ela mais espera é vê-lo, sorriso aberto, roupa branca e esteto no pescoço. E só de pensar os olhos verdes transbordam pelas bochechas.


Ai como eu te amo, seu bixo!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Gabriela

Gabriela vivia em seu mundo dos sonhos, Gabriela era boneca de porcelana, bochechas cor de rosa. Olhos cor de mar, Gabriela tinha lábios de algodão doce. Tez branca como a neve que caía do lado de fora da janela. Gabriela vivia a esperar o dia em que tocaria o céu com seus alvos e finos dedos, delicados como cristal. Gabriela, menina esperta, perguntas sem respostas. Gabriela, meu bem, Gabriela à sua espera. Céu de nuvens de algodão, olhos atentos ao raio de sol que se permeava entre as nuvens, sol que roçava de leve sua pele, trazendo um sorriso-sol, que iluminou meu coração. Tu és minha, Gabriela, meu sonho de inverno, realidade de verão.

Cor de coração

Nas ruas ela só via carrinhos de bebê, mães amamentando, crianças lhe sorriam. Ela estava se achando estranha e ainda mais desconfiada depois de sonhar com tanta veracidade que seria mãe. Seria um aviso? Seria verdade? Deitada em sua cama, tocou o ventre pela primeira vez com aquela intenção, a de sentir se havia uma vida ali e ficou imaginando como seria se realmente houvesse. Em poucos minutos adormeceu e sonhou com sua vida no futuro, 30 anos, casada, trabalhando em sua área tão almejada, filho correndo pela casa. Ele tinha os cachinhos herdados pouco do avô, pouco do pai, cabelos dourados herdados da mãe, olhos cor de mel, mistura dos pais. O menino corria para abracá-la e como num lapso de verdade, seus olhos se abriram repentinamente e encararam o teto branco do seu quarto.
Tinha medo que seu sonho fosse um preview do futuro porque não queria de maneira alguma estragar os planos do namorado de se formar e ser o profissional renomeado que sonhava em ser. Mas e porque aquele sonho lhe parecia tão bom? E porque os sonhos dela deviam demorar mais do que qualquer outro de qualquer outra pessoa? E porque tanto medo? Não dizem que tudo se ajeita? Será que tudo iria mudar? E as mudanças seriam melhores ou não?
Tantas dúvidas pairavam por sua mente, resolveu ter certeza. Foi até à farmácia da esquina e comprou um teste de gravidez. Deveria esperar 30 minutos até ter certeza da resposta, mas não conseguiu esperar. Jogou o teste no lixo e resolveu viver. Seja o que a vida quiser, que seja o que o destino escolher para mim!

Alice

Era uma tarde quente, mas o vento aliviava o calor. Os dois estavam deitados no gramado, cada um encarando o olhar do outro. Olhos verdes encaravam olhos castanhos e vice-versa. O silêncio dizia muito naquele momento, eles sabiam que tinham pouco tempo juntos até que ele fosse viajar. A menina segurou as mãos do namorado como se fosse a última vez que faria isso na vida e olhou fundo naqueles olhos castanhos.
- Sabe, eu detesto admitir, mas sentirei sua falta. - ele sabia o quanto aquelas palavras tinham sido sinceras e o quanto doia nela o fato de expressar seus sentimentos. Ela não era o tipo delicado de menina, que o digam seu jeito de se vestir e de se maquiar. 
- Alice, eu estarei de volta em pouco tempo. - Ele enxugou uma lágrima que caia do rosto dela. 
- Obrigada por tudo, Felipe, você foi meu porto seguro durante toda a tempestade. - Ela se levantou e correu pros braços do menino, afundando o rosto em seu peito. Ele a apertou forte.
- Eu sempre serei seu porto seguro enquanto você deixar, Alice. Sou todo seu.