terça-feira, 31 de janeiro de 2012

amor

Ele foi descendo as escadas com sua maior cara de pau, tentando fingir desapontamento, mas ela sabia que era mentira, ela sentia que tinha dado tudo certo, aquelas borboletas no estômago não poderiam estar enganando a ela. A sensação de desmaio passou ao poder abraçá-lo e as primeiras lágrimas surgiram ao pensar que estava tudo confirmado, em seis anos ele estará formado! Médico! Ele que passou dias e noites estudando e deixando de ficar com ela para isso, ele que sonhou por tanto tempo ter aquele papel em mãos. E agora tem. E tem também o orgulho dela, que mal podia se conter de tão feliz. A felicidade transbordou pelos olhos e encheu o coração de calor. Ela deveria se perguntar se aquilo era certo, estar mais feliz por ele do que por si mesma, mas no fundo ela sabia que era, ele fazia parte dela, não deixava de ser ela.

Mas o que ela mais espera é vê-lo, sorriso aberto, roupa branca e esteto no pescoço. E só de pensar os olhos verdes transbordam pelas bochechas.


Ai como eu te amo, seu bixo!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Gabriela

Gabriela vivia em seu mundo dos sonhos, Gabriela era boneca de porcelana, bochechas cor de rosa. Olhos cor de mar, Gabriela tinha lábios de algodão doce. Tez branca como a neve que caía do lado de fora da janela. Gabriela vivia a esperar o dia em que tocaria o céu com seus alvos e finos dedos, delicados como cristal. Gabriela, menina esperta, perguntas sem respostas. Gabriela, meu bem, Gabriela à sua espera. Céu de nuvens de algodão, olhos atentos ao raio de sol que se permeava entre as nuvens, sol que roçava de leve sua pele, trazendo um sorriso-sol, que iluminou meu coração. Tu és minha, Gabriela, meu sonho de inverno, realidade de verão.

Cor de coração

Nas ruas ela só via carrinhos de bebê, mães amamentando, crianças lhe sorriam. Ela estava se achando estranha e ainda mais desconfiada depois de sonhar com tanta veracidade que seria mãe. Seria um aviso? Seria verdade? Deitada em sua cama, tocou o ventre pela primeira vez com aquela intenção, a de sentir se havia uma vida ali e ficou imaginando como seria se realmente houvesse. Em poucos minutos adormeceu e sonhou com sua vida no futuro, 30 anos, casada, trabalhando em sua área tão almejada, filho correndo pela casa. Ele tinha os cachinhos herdados pouco do avô, pouco do pai, cabelos dourados herdados da mãe, olhos cor de mel, mistura dos pais. O menino corria para abracá-la e como num lapso de verdade, seus olhos se abriram repentinamente e encararam o teto branco do seu quarto.
Tinha medo que seu sonho fosse um preview do futuro porque não queria de maneira alguma estragar os planos do namorado de se formar e ser o profissional renomeado que sonhava em ser. Mas e porque aquele sonho lhe parecia tão bom? E porque os sonhos dela deviam demorar mais do que qualquer outro de qualquer outra pessoa? E porque tanto medo? Não dizem que tudo se ajeita? Será que tudo iria mudar? E as mudanças seriam melhores ou não?
Tantas dúvidas pairavam por sua mente, resolveu ter certeza. Foi até à farmácia da esquina e comprou um teste de gravidez. Deveria esperar 30 minutos até ter certeza da resposta, mas não conseguiu esperar. Jogou o teste no lixo e resolveu viver. Seja o que a vida quiser, que seja o que o destino escolher para mim!

Alice

Era uma tarde quente, mas o vento aliviava o calor. Os dois estavam deitados no gramado, cada um encarando o olhar do outro. Olhos verdes encaravam olhos castanhos e vice-versa. O silêncio dizia muito naquele momento, eles sabiam que tinham pouco tempo juntos até que ele fosse viajar. A menina segurou as mãos do namorado como se fosse a última vez que faria isso na vida e olhou fundo naqueles olhos castanhos.
- Sabe, eu detesto admitir, mas sentirei sua falta. - ele sabia o quanto aquelas palavras tinham sido sinceras e o quanto doia nela o fato de expressar seus sentimentos. Ela não era o tipo delicado de menina, que o digam seu jeito de se vestir e de se maquiar. 
- Alice, eu estarei de volta em pouco tempo. - Ele enxugou uma lágrima que caia do rosto dela. 
- Obrigada por tudo, Felipe, você foi meu porto seguro durante toda a tempestade. - Ela se levantou e correu pros braços do menino, afundando o rosto em seu peito. Ele a apertou forte.
- Eu sempre serei seu porto seguro enquanto você deixar, Alice. Sou todo seu.