quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Ficar só... Só pra se viver...

Às vezes eu só acho que tudo o que eu quero ainda não existe. Às vezes eu acho que tudo que vem à minha cabeça é impossível. Às vezes eu só imagino coisas que nunca vão existir.
E me frustro com isso. Tantas vezes...
Mas quando a minha imaginação é um pouco reforçada pela realidade é tão empolgante, a ansiedade se torna cada vez maior e dormir é impossível, mesmo que me entupa de remédios. É só porque eu acho que tudo está tão perfeito que algo ruim tem que acontecer. Sempre penso na história do "silver lining", mas parece que a minha cabeça funciona ao contrário. Encontre sempre o lado ruim. Fique com medo, não se entregue porque algo está errado, algo vai dar errado. Por que sair da cama se nada vai dar certo?
Penso em Deus. Oro. Tento lembrar que Ele existe e está cuidando de tudo, mas logo esqueço. Eu não mereço. Se repete na cabeça aquela frase que eu tanto ouvi: não faz mais do que a tua obrigação. E não é verdade? O que eu faço de bom pra merecer que o bem aconteça na minha vida? Nada. E aí fico triste por não fazer nada de bom ao invés de agir. 
Que dor que é viver. Talvez eu saiba realmente ser triste e não saiba, nem de perto, ser feliz. Como é difícil ser feliz.
Talvez tudo tenha acontecido tão rápido e ouço a voz da Paula Toller ao dizer que poderíamos ter vivido um amor Grand'Hotel, seja lá o que isso signifique. Talvez tu soubesse. Talvez me explicasse tantas coisas que eu nem sonho que existam e eu pudesse ter te mostrado tantas outras que não passaram pelo teu mundo, mas acabou.
Acabou e ninguém disse nada. Acabou e eu nem ouvi a tua voz. 
Acabou.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Today is not my day

Acordada até as 4h30 da manhã vendo um seriado viciante até acabar a bateria do notebook. Dormi por poucas horas até acordar com o telefone tocando minha música preferida. Patience. Era só uma indireta do que eu mais ia precisar nesse dia. Eu estava atrasada. Muito atrasada. Depois de me arrumar correndo, tentar chegar o mais rápido possível na faculdade, mesmo com tantos carros que não tinham pressa nenhuma na minha frente e nenhum lugar para ultrapassar. Respiro fundo. Ligo o rádio. Talvez a música acalme um pouco mais do que o silêncio gelado (quase que literalmente), que por mais um pouco daria para cortar fisicamente. Cheguei. O celular cai com a tela no chão de concreto. Eu o tentei pegar junto com o vade mecum, o caderno, a bolsa e a chave do carro ao mesmo tempo. Era óbvio que não ia dar certo, só eu não vi. Respiro fundo de novo. Não quebrou. Subo as escadas e minha amiga passa correndo dizendo que vai em casa porque tem certeza de que esqueceu o fogão aceso. A colega avisa que a minha nota 8,1 era realmente um engano, tirei um 5,4. Foi um 5,4 na minha matéria preferida. A felicidade foi momentânea. Ao menos a frequência irá aumentar. De que adianta se a nota que importa eu não tenho?
Ao passar da aula começo a me sentir mal novamente, como tem sido recorrente. Todas as tonturas, os enjôos, as dores, talvez eu comece a viver com isso pra sempre. Desisto de acompanhar a aula, o mal estar me domina e o sono aparece com ele, afinal foram menos de 3h dormindo essa noite. Maldito seriado. A aula acaba, tentamos contato com salão e restaurante para coisas da formatura e nada. Dou carona para alguns colegas, o papo é agradável até parece que o dia vai melhorar. Embico o carro para guardar na garagem, finalmente vou conseguir dormir e PUTA QUE PARIU. É ÓBVIO QUE EU ESQUECI AS CHAVES DE NOVO. Não pude segurar as 5 lágrimas que correram quando eu soube que o meu pai estava em outra cidade, minha mãe no trabalho e minha irmã em aula.
Fui atrás da chave reserva que fica com o sistema de segurança da casa e demorei 2h pra conseguir retirar a porcaria da chave. É. Deu pra mim, agora não vou dormir mais. Saio para fazer a cópia da chave: fechado. Vou imprimir um calendário para me organizar melhor: fechado. Vou comprar um uniforme extra pro ballet: fechado, fechado, fechado, fechado. CARALHO. Só o que eu pude dizer. QUAL A PORRA DO PROBLEMA DESSA CIDADE? Depois de andar mais um pouco encontro uma alternativa, menos eficiente, mas ainda eficiente e volto pra casa com uma cópia de chave mal acabada que quase não entra na fechadura, mas enfim em casa novamente. Vou avisar meu pai e ARRANHEI TODA PELÍCULA DO CELULAR COM A CHAVE. Grande ideia colocar os dois no mesmo bolso!
E a melhor coisa do dia, até então, foi encontrar a melhor música dos últimos tempos: https://www.youtube.com/watch?v=7XYSX2hnmoY
Sempre vai ter um pingo de preto em todo branco, um pingo de branco em todo preto e um inferno astral antes de um aniversário. O que me resta fazer? Rir. E dormir, porque ninguém é de ferro e o resto pode esperar.