quarta-feira, 2 de maio de 2012

Apostando em nós

Então, cai a tarde e aquele velho sentimento de vazio volta. Já disse que essa hora sempre me deixou deprimida? Aquela hora em que não é mais tarde, mas ainda não é noite. Procuro algo pra fazer e me pego pensando em te convidar pro cinema, poxa, ainda não consigo lembrar que tu (quase) não é mais meu. E aí bate aquela angústia: e se ainda fosse? e se não fosse mais? Tu sabe que dói, não preciso esconder isso de ti, tu me conhece, como tu diz, melhor do que eu mesma. Mas o que mais dói é pensar que tu pode não estar tendo as mesmas dúvidas que eu, que tu pode não estar me lembrando de vez em quando e, pelo contrário, me esquecendo aos poucos.
Aí, no meio de tantos pensamentos, escuto um barulho mais forte de carro, meu estômago se revira, as borboletas ficam sem saber pra onde ir, o coração dispara e, mais uma vez não era tu, como posso ser tão inocente e tão ridícula ao pensar que tu virias? Como posso ser tão ingênua? Se tu me conhece porque tu mesmo não me diz? É que talvez eu espere demais o que tu não pode me dar, ou não quer, tanto faz.
Espero sempre um fim de tarde com cara de cinema, o barulho do teu carro e o sorriso que eu te dava ao te ver da sacada, mas juro que não ia te jogar a chave, não sou mais Maria, mas a vida continua bela. Desceria correndo aquelas escadas, quase caindo de cara no chão, como tantas vezes.
E ao abrir a porta, te veria ali, moletom vermelho, calça preta com listras brancas, aquele teu velho uniforme que é como eu sempre te lembro. Tu me abriria outro sorriso daqueles e eu ia poder te abraçar como eu sempre fazia, querendo te roubar do mundo. Sentiria teu cheiro de sempre ou quem sabe o cheiro do perfume novo que eu te dei e tu nunca usou? E aí tu me pegaria no colo, como no início do namoro, e diria que me ama.  Me sentiria eu novamente, pelo menos mais uma vez na vida.
Porque pode parecer o que tu quiser que pareça, mas eu me encontrei em ti, não sei se tu consegue entender. Tu sempre foste muito eu, tu sempre foste quem eu sempre quis e talvez tenha sido tarde demais quando eu olhei pro lado e te segurei, te afastei do mundo naquela festa. Ai que saudades que sinto do teu abraço, que saudades que sinto dos teus beijos, que saudades que sinto de mim...
É que a gente só percebe o quanto era feliz quando a felicidade acaba (ou dá um tempo) e, mesmo eu já sabendo que eu era muito feliz, agora eu vejo que eu não tinha ideia do tamanho da felicidade que eu sentia só de te ter do meu lado, mesmo que dormindo, cansado. A felicidade que eu tinha em olhar pra minha mão e ver teu nome gravado naquela aliança, a aliança que tá muito bem guardada esperando tu voltar...
E é aí que eu lembro de tuas palavras me dizendo pra não criar expectativas, mas que talvez quando tu voltasse aquela aliança tivesse uma nova data. E eu to deixando o tempo passar, te dando o espaço que tu precisa pra repensar (nossa) tua vida. Era pra eu estar me organizando também, vivendo a minha vida e cuidando de mim, pois é, eu to, na medida do possível. Porque também quero que alguém cuide de mim e esse alguém tu sabe muito bem quem é.
Ainda espero que um dia tu perceba o quão feliz nós sempre fomos e o quão feliz poderíamos ser daqui pra frente... É engraçado falar isso, mas eu quero muito te ajudar a passar por tudo isso, tentar te fazer mais forte. Eu já comprei essa briga, será que tu vai me entregar o produto??

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