segunda-feira, 20 de junho de 2011

Enciclopédia da felicidade


Ela olhou para ele, não se sentia muito bem. Ele a abraçou, ouviu suas palavras, secou suas lágrimas, sorriu seu melhor sorriso e disse: agora tudo vai passar, eu cheguei, não há mais depressão, o mundo é outro, a vida vai mudar a partir de agora.
E foi aí que ela percebeu o quanto já havia mudado, o quanto o sorriso dele estava mais sincero, o quanto ele gostava de brincar com ela só pra ouvir sua risada escandalosa -a risada que ela mais odiava, mas que ele fazia de tudo para provocar. Ela percebeu que ele fazia qualquer coisa para vê-la feliz.
Ela percebeu que o colo dele era o melhor colo do mundo e que os ombros dele eram os melhores amigos de suas lágrimas. Percebeu também que o verdadeiro amor poderia estar presente na sua vida quando menos esperasse.
Ela percebeu que até mesmo os pequenos desentendimentos com ele eram melhores. Ela queria batata frita. Ele queria hamburger. Ela queria ser protegida preventivamente. Ele preferia agir quando houvesse certeza. E no fim tudo se resolvia. Porque não havia motivos para se fazer uma tempestade em um copo d'água. Ambos eram orgulhosos, mas ambos detestavam viver sem o outro.
Ela aprendeu a dar o braço a torcer e aprendeu que um olhar carente conquista tudo. Ele aprendeu a lidar com o ser mais imprevisível e mais bipolar de todas as galáxias. Eles aprenderam a amar.
Há ainda uma coisa que eles resolveram não aprender: viver longe um do outro.

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