terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fluxo de consciência II


Ok, isso pode soar triste, depressivo e o caralho a 4, mas eu não to mais aguentando guardar isso pra mim, tá foda, foda mesmo. É horrível esconder isso tudo por trás de sorrisos e gracinhas e aposto que se eu não falasse nem mesmo quem me conhece bem saberia o que eu to sentindo, porque apesar de tudo eu sei esconder bem quando eu quero. Bom, o negócio é o seguinte, digam o que quiserem e eu não mudarei minha opinião: minha vida está uma merda. Faz mais de um mês que tudo dá errado e a cada dia piora mais. Não estou nem aí pro que possam pensar porque sempre fui assim, mas eu penso às vezes em como seria melhor não viver. É, eu penso na morte, e daí? Há dois anos atrás já tentei me matar e pouca gente sabe(ia) disso, sinceramente dizem que é covarde quem se suicida porque não tem coragem de viver nesse mundo, mas PUTA QUE PARIU, vai se fuder, com a vida que eu to tendo nem se eu tivesse toda coragem no mundo deixaria de me abalar. E não adianta dizer: a vida é bela, olha o lado bom e porra qualquer dessas, vai se fuder, tu não tá passando o que eu to passando e não sabe na pele como é. Eu sei que poderia ser bem pior, mas acho que se fosse pior eu me sentiria melhor, é sério. Eu sinto as coisas mais pelos outros do que por mim e isso me afeta demais. Sei lá, eu sou assim e não sei explicar direito isso. E não tem quem possa me ajudar. Ultimamente ando perdida, presa no meu mundo de Alice e afasto quem quiser chegar perto. Meu mundo é só meu e não gosto de dividi-lo com ninguém, porque na verdade ninguém me entende e ninguém me entenderia se eu tentasse explicar. Não que eu não tenha tentado, tentei, mas as pessoas mais se assustam do que se sensibilizam e isso tanto dói quanto, talvez no meu mundo imaginário, é um orgulho. Tenho meu próprio mundo e agora, o que faço com isso? Talvez os habitantes dele sejam minhas várias personalidades, meus vários jeitos de ser, cada momento de uma forma. E as alegrias desse mundo, as diversões dessas pessoas são as pequenas depressões que as músicas, os poemas, os textos, as melancolias, as artes trazem. Talvez possa ser doentio ser “feliz” com depressões, mas esse é meu jeito e não há como mudar. Gosto do meu mundo clichê, blasé, alternativo, individualista e gosto de me ter só pra mim, desculpa. Gosto de me fechar no meu mundo e ser só minha e das artes. Gosto de morrer a cada minuto de vida, cada segundo de vida que dedico às minhas pequenas mortes. E é daí que tiro a maldita força pra continuar levantando da cama todo dia de manhã, ou de tarde quem sabe… quem sabe um dia eu desligo a música e viro covarde o suficiente pra me desligar do meu mundo? Quem sabe um dia acordo do meu sonho e tiro o pó do livro no meu colo e volto a lê-lo como se nada tivesse acontecido? É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer… é preciso saber viver.

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