terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cadê meu ar?


Estou sozinha nesse mundo de inocentes maldades, de displicência, de inconveniência. Estou presa dentro da minha própria bolha de ar e mesmo dentro dela sinto dificuldade de respirar. Prendo dentro de mim tudo que eu deveria deixar sair, engulo tudo a seco. Nem em lágrimas mais consigo explodir, elas saem uma por uma em fila para mostrar que cada uma representa uma dor escondida. Cada mágoa que guardo no meu coração tenta explodir para fora dele a cada pôr-de-sol, a cada nascimento de uma nova noite, uma nova noite de solidão, de dor, de lágrimas escondidas por trás de um sorriso amarelo. Ouço novamente aquela maldita frase dizendo que pareço tão bem que não transpareço minhas dores. Há quem veja por trás das máscaras, há quem enxergue tudo nitidamente, mas normalmente prefere se omitir. Não há uma maneira possível de arrancá-las. Talvez seja uma alternativa encontrada para enganar-me reflexivamente de que tudo está bem, de que tudo ficará bem. Tenho coragem de viver nesse mundo ainda? Enquanto não encontro uma resposta plausível essa dor de garganta de palavras escondidas domina meu ser.

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