sábado, 18 de setembro de 2010

Fluxo de consciência


Um dia me perguntaram se eu gostaria de viver cinquenta anos sem amor ou viver um minuto com a pessoa que eu amo. Minha resposta? Na época foi viver cinquenta anos sem amor, pois pensei que talvez 'pequenos amores' poderiam acontecer, mas agora penso melhor e vejo que talvez seja melhor viver pouco com a pessoa que eu realmente amo porque viveria uma vida mais feliz lembrando dos momentos que tive com a pessoa. Tenho 19 anos e temo ainda não ter vivido um amor de verdade, que tenha durado muito, que tenha sido um amor lindo ou com uma prova de amor no fim, com certeza vários dos meus pequenos amores são e serão inesquecíveis, mas não são algo que eu possa dizer que estou feliz por ter tido um momento com eles na vida e que acabaram por um motivo muito importante, tal como a morte. Dois filmes, tristes, mas que com certeza constam no meu ranking de filmes preferidos me trazem essa mensagem. Um dia Rose voltou para os braços de Jack e um dia Kate voltou para os braços de Taylor. Mas quando será minha vez de viver um amor de verdade? Temo morrer sem essa felicidade. Sei exatamente por leituras e por uma aula de filosofia que tive que a felicidade eterna em si não existe, nossas felicidades são passageiras, mas com certeza algumas marcam mais do que outras e eu queria ter uma em especial marcando minha história, meu coração, meus pensamentos. Temo olhar pra trás e não poder sentir saudades de alguém, temo ver que poderia ter sido um pouco mais feliz por algum tempo e não ter tido vontade, oportunidade ou tempo. Temo não aproveitar a minha vida de verdade, temo estar exatamente fazendo isso agora, deixando de encontrar o amor da minha vida por estar aqui, depressiva, em casa, escrevendo sobre isso e ouvindo músicas que me impedem de seguir adiante. Temo, por ser muito politicamente correta, não aproveitar minha vida como poderia. Tenho medo de morrer antes de ser "feliz" ao menos uma vez na vida. Temo querer voltar atrás e fazer algo diferente, temo todos os arrependimentos que possam acontecer no decorrer da minha vida. Arrependimentos não deveriam existir, são coisas que acontecem, se não acontecessem talvez nunca aprenderíamos algo. E é isso, a vida continua e a minha eterna busca pela inexistente felicidade eterna continua. Será que por acaso alguém pode me auxiliar nessa busca? Será que em algum lugar, lendo isso sem se apresentar há alguém esperando ansiosamente o momento em que iremos nos conhecer? Lamento profundamente que as coisas não aconteçam quando eu quero e principalmente quando (julgo eu) preciso mais. La solitudine.

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