segunda-feira, 4 de maio de 2015

Today is not my day

Acordada até as 4h30 da manhã vendo um seriado viciante até acabar a bateria do notebook. Dormi por poucas horas até acordar com o telefone tocando minha música preferida. Patience. Era só uma indireta do que eu mais ia precisar nesse dia. Eu estava atrasada. Muito atrasada. Depois de me arrumar correndo, tentar chegar o mais rápido possível na faculdade, mesmo com tantos carros que não tinham pressa nenhuma na minha frente e nenhum lugar para ultrapassar. Respiro fundo. Ligo o rádio. Talvez a música acalme um pouco mais do que o silêncio gelado (quase que literalmente), que por mais um pouco daria para cortar fisicamente. Cheguei. O celular cai com a tela no chão de concreto. Eu o tentei pegar junto com o vade mecum, o caderno, a bolsa e a chave do carro ao mesmo tempo. Era óbvio que não ia dar certo, só eu não vi. Respiro fundo de novo. Não quebrou. Subo as escadas e minha amiga passa correndo dizendo que vai em casa porque tem certeza de que esqueceu o fogão aceso. A colega avisa que a minha nota 8,1 era realmente um engano, tirei um 5,4. Foi um 5,4 na minha matéria preferida. A felicidade foi momentânea. Ao menos a frequência irá aumentar. De que adianta se a nota que importa eu não tenho?
Ao passar da aula começo a me sentir mal novamente, como tem sido recorrente. Todas as tonturas, os enjôos, as dores, talvez eu comece a viver com isso pra sempre. Desisto de acompanhar a aula, o mal estar me domina e o sono aparece com ele, afinal foram menos de 3h dormindo essa noite. Maldito seriado. A aula acaba, tentamos contato com salão e restaurante para coisas da formatura e nada. Dou carona para alguns colegas, o papo é agradável até parece que o dia vai melhorar. Embico o carro para guardar na garagem, finalmente vou conseguir dormir e PUTA QUE PARIU. É ÓBVIO QUE EU ESQUECI AS CHAVES DE NOVO. Não pude segurar as 5 lágrimas que correram quando eu soube que o meu pai estava em outra cidade, minha mãe no trabalho e minha irmã em aula.
Fui atrás da chave reserva que fica com o sistema de segurança da casa e demorei 2h pra conseguir retirar a porcaria da chave. É. Deu pra mim, agora não vou dormir mais. Saio para fazer a cópia da chave: fechado. Vou imprimir um calendário para me organizar melhor: fechado. Vou comprar um uniforme extra pro ballet: fechado, fechado, fechado, fechado. CARALHO. Só o que eu pude dizer. QUAL A PORRA DO PROBLEMA DESSA CIDADE? Depois de andar mais um pouco encontro uma alternativa, menos eficiente, mas ainda eficiente e volto pra casa com uma cópia de chave mal acabada que quase não entra na fechadura, mas enfim em casa novamente. Vou avisar meu pai e ARRANHEI TODA PELÍCULA DO CELULAR COM A CHAVE. Grande ideia colocar os dois no mesmo bolso!
E a melhor coisa do dia, até então, foi encontrar a melhor música dos últimos tempos: https://www.youtube.com/watch?v=7XYSX2hnmoY
Sempre vai ter um pingo de preto em todo branco, um pingo de branco em todo preto e um inferno astral antes de um aniversário. O que me resta fazer? Rir. E dormir, porque ninguém é de ferro e o resto pode esperar.